Ex-presidente do Iêmen muda de lado na guerra civil e é assassinado

Ali Abdullah Saleh apoiava os houthis, que juraram vingança após traição. Saleh governou o país durante mais de 30 anos, até ser deposto em 2011.

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O veterano ex-presidente iemenita Ali Abdullah Saleh foi morto num ataque à beira de uma estrada nesta segunda-feira depois de mudar de lado na guerra civil do Iêmen, abandonando os seus aliados houthis, alinhados com o Irã, e passando a favorecer a coalizão liderada pelos sauditas, disseram adversários e simpatizantes.

Analistas afirmaram que a morte de Saleh será um grande reforço moral para os houthis e um golpe duro para a coalizão comandada pelos sauditas que interviu no conflito para tentar reinstalar o governo reconhecido internacionalmente do presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi.

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Qualquer esperança que a coalizão tivesse de que Saleh pudesse ser atraído para ajudar na disputa contra os houthis após um prolongado impasse, no qual um bloqueio liderado pelos sauditas e combates internos têm exposto milhões à fome e à epidemia, foi frustrada.

A coalizão terá que continuar a participar de uma guerra dura, possivelmente tentando grandes ofensivas contra as áreas controladas pelos houthis, enfrentando o risco de um número alto de mortes entre civis, ou então oferecer concessões para trazer os poderosos houthis para a mesa de negociações.

Fontes na milícia houthi disseram que os seus combatentes pararam o veículo blindado de Saleh com um foguete nos arredores da capital Sana e o mataram a tiros. Fontes no partido de Saleh confirmaram que ele morreu num ataque ao seu comboio.

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Supostas imagens do seu corpo ensanguentado num cobertor foram divulgadas, apenas dias depois de ele terminar com a sua aliança com os houthis, após quase três anos nos quais eles conjuntamente combateram a coalizão comandada pelos sauditas.

Num discurso transmitido pela TV nesta segunda-feira, Abdul Malik al-Houthi, líder dos houthis, celebrou a morte de Saleh como uma vitória contra o bloco liderado pelos sauditas, cumprimentando o Iêmen pelo “histórico, excepcional e grande dia, no qual a conspiração traidora fracassou, este dia negro para as forças da agressão”.

Ele declarou que os houthis manteriam o sistema republicano do Iêmen e não buscariam se vingar do partido de Saleh.

Simpatizantes dos houthis saíram com os seus carros às ruas, cantando canções de guerra.

Al-Houthi chamou o lançamento de um míssil anunciado pelo grupo contra os Emirados Árabes nesta semana como uma mensagem aos inimigos, aconselhando contra investimentos estrangeiros nos Emirados Árabes e na Arábia Saudita.

Saleh, 75 anos, havia dito num discurso no sábado que ele estava pronto para uma “nova página” nos laços com a coalizão e chamou os houthis de uma “milícia golpista”.

fonte:terra

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