De novo, reforma da Previdência pode morrer na praia
Setores do PSDB e do Centrão boicotam nova proposta
A nova proposta de reforma da Previdência corre o risco de morrer na praia. O PSDB está reticente. Setores do Centrão também.
O Congresso se comporta de forma irresponsável. O país precisa de uma reforma da Previdência. A atual proposta é razoável. Até a oposição sabe disso. Ela será cobrada pela História por se opor a uma mudança necessária neste momento. Mas não cabe a ela arrumar os votos. Cabe ao governo.
Nesse contexto, está em cartaz o velho filme fisiológico misturado a oportunismo político. Setores do Centrão querem mais benesses oficiais, num quadro de extrema penúria orçamentária e alto deficit público.
Segmentos do PSDB estão sendo oportunistas. O partido faz o discurso de defensor das reformas, mas muitos tucanos agem contra a proposta de mudança na Previdência por cálculo político e eleitoral. Tiraram proveito do governo Temer até agora, ocupando ministérios, mas querem romper para tentar melhorar a imagem.
Há um claro fator eleitoral, que é o boicote tucano a um projeto que possa trazer ganho político ao presidente Michel Temer e ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Também pesa a defesa do corporativismo. Tucanos reforçam o lobby de setores do funcionalismo público contra a reforma.
A janela para votar essa proposta de mudar a Previdência está se fechando. Se não passar na Câmara na primeira quinzena de dezembro, será mais difícil votá-la em 2018, que é ano eleitoral.
Sem a reforma, o próximo governo terá um quadro fiscal ainda mais complicado. Isso sempre prejudica com mais força os mais pobres, porque ricos e privilegiados conseguem marcar com facilidade café da manhã com autoridades para defender os seus interesses.
Fonte:blogdokennedy