Temendo influência de Cunha em Brasília, desembargadores negam transferência
ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) teve um novo pedido de transferência para longe do Complexo Médico Penal em Pinhais (PR) negado nesta sexta-feira (28). O peemedebista esperava ser levada a um presídio de Brasília ou do Rio de Janeiro, mas o habeas corpus foi negado por unanimidade pelos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), a Corte responsável pelos recursos da Lava Jato.
A defesa alegava que Eduardo Cunha responde a outros processos penais em Brasília e que sua família mora no Rio de Janeiro. Os advogados do ex-parlamentar acrescentaram que a ação criminal que ocorria na Justiça Federal em Curitiba já foi julgada e que, por isso, o juiz Sérgio Moro não teria mais competência para decidir sobre o local da detenção. O recurso foi embasado ainda pelo argumento de que a transferência representaria uma economia para a administração pública, uma vez que evitaria os cursos do deslocamento para depoimentos.
O Ministério Público Federal (MPF) se posicionou contra a transferência de Cunha, alegando em parecer enviado ao TRF-4 que sua eventual permanência em Brasília poderia comprometer as investigações devido à sua influência política.
O relator dos processos da Lava Jato na Corte, desembargador João Pedro Gebran Neto, considerou que Cunha não tem direito de escolher onde deve ficar preso, e destacou que os juízes Vallisney de Souza Oliveira, de Brasília, e Sérgio Moro, de Curitiba, concordam com a permanência do peemedebista no Complexo Médico Penal. “Do ponto de vista da Justiça há consenso, o dissenso vem do réu”, avaliou o magistrado.
Fonte: IG