Presidente do PR está foragido há uma semana
Ex-ministro Antônio Carlos Rodrigues teve prisão decretada pela Justiça Eleitoral de Campos dos Goytacazes (RJ) por suspeita de corrupção, extorsão, organização criminosa e falsidade ideológica na prestação de contas eleitorais.
presidente nacional do PR (Partido da República), o ex-ministro dos Transportes Antônio Carlos Rodrigues, está foragido há uma semana. Ele foi alvo de um mandado de prisão pela Justiça Eleitoral de Campos dos Goytacazes (RJ) na Operação Chequinho.
Rodrigues é suspeito de corrupção, extorsão, participação em organização criminosa e falsidade ideológica na prestação de contas eleitorais na mesma investigação que resultou na prisão dos ex-governadores do Rio de Janeiro Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho, ambos do PR.
O sumiço do presidente do PR provoca constrangimento do partido no governo federal, já que possui ministro no governo Temer.
A PF não conseguiu localizar o presidente do PR na última quarta (22), dia em que os dois ex-governadores foram presos. O mandado expedido pelo juiz Glaucenir Silva de Oliveira determinou o cumprimento da prisão preventiva “nos endereços declarados nos autos ou onde quer que se encontrem”. O advogado dele, Daniel Bialski, informa há uma semana que ele só vai se apresentar depois que a Justiça julgar o habeas corpus.
O Ministério Público Estadual do Rio acusa o ex-ministro dos Transportes de ter negociado com Garotinho e com o frigorífico JBS a doação de dinheiro oriundo de propina para a campanha do ex-governador ao governo do Rio, em 2014.
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O inquérito que embasa a denúncia partiu da delação dos irmãos Wesley e Joesley Batista e do executivo do grupo J&F Ricardo Saud.
Conforme a PF, foram identificados elementos que apontam que a JBS firmou contrato fraudulento com uma empresa sediada em Macaé para a prestação de serviços na área de informática.
Há suspeita, porém, de que os serviços não tenham sido prestados e de que o contrato, de aproximadamente R$ 3 milhões, serviria apenas para o repasse irregular de valores para a utilização nas campanhas eleitorais.
Clima Tenso
O PR possui a sexta maior bancada da Câmara, são 37 deputados, 4 senadores e um ministro dos Transportes. O partido é aliado do governo do presidente Michel Temer (PMDB). Foi a pressão do PR que fez temer desistir de privatizar o aeroporto de Congonhas.
Rodrigues é presidente do PR desde maio de 2016. Na semana passada, seu advogado informou que ele se entregaria à Polícia Federal. Depois, disse que ele não passaria pelas humilhações do cárcere. Nesta segunda (27), o defensor do ex-ministro disse que ele aguardará o julgamento do habeas corpus pelo Tribunal Superior Eleitoral após ter o pedido negado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio.
Um dos deputados do partido, que é delegado e foi diretor da Polícia Civil do Distrito Federal, fez um apelo.
“É muito ruim, é constrangedor nosso presidente tem que se entregar, explicar qual foi da motivação que levou o judiciário a pedir sua prisão. Tem que ser convincente, porque se ele não for convincente nós vamos pedir seu afastamento”, afirmou o deputado Laerte Bessa. “Não sabemos qual motivo ele tá alegando para não se entregar, mas deixa o partido numa situação dramática, até porque nós temos muitos candidatos que estão em campanha já e precisam de uma explicação que convença o povo brasileiro”, declarou.
Carreira
Antes de comandar o Ministério dos Transportes durante o governo Dilma Rousseff, Rodrigues ocupou uma cadeira no Senado como suplente de Marta Suplicy, que, à época, havia se licenciado da casa legislativa para assumir o Ministério da Cultura.
Em São Paulo, Antônio Carlos Rodrigues foi o primeiro vereador a comandar quatro vezes consecutivas a presidência da Câmara Municipal, entre 2007 e 2010.
Por:G1