Não é só em Campos RJ. Empresas de ônibus fazem paralisação na Zona Norte do Rio

RAFAEL NASCIMENTO

Rio – Quatro empresas de ônibus que circulam na Zona Norte fazem paralisação, nesta terça-feira. Entre as viações está a Nossa Senhora de Lourdes, que já havia parado as atividades nesta segunda. Os motoristas reclamam do parcelamento em quatro vezes do 13º salário e pedem o pagamento integral do valor.

Motoristas da Viação Nossa Senhora de Lourdes fazem paralisaçãoMaíra Coelho / Agência O Dia

À noite, a Rio Ônibus informou que os funcionários haviam entrado em um acordo com a empresa, mas, nesta manhã, alguns rodoviários impediam a saída de veículos da garagem, na Penha.

As viações Rubanil, Madureira Candelária e Américas também suspenderam as atividades. Os funcionários pedem o pagamento dos salários, 13º, férias, vale-refeição e cesta básica, que estão atrasados há quatro meses. Eles afirmaram que só voltarão a trabalhar após as empresas quitarem todas as dívidas trabalhistas.

Representantes do Sindicato dos Motoristas e Cobradores do Rio de Janeiro (Sintraturb) estão nas garagens das empresas para tentar negociar as reivindicações. “Estamos aqui para auxiliar os trabalhadores, já que eles estão buscando seus direitos. Se o empresário chegar aqui e cumprir as obrigações, pode ter certeza de que os funcionários vão retornar ao trabalho. Essas linhas são rentáveis, não existe essa de não ter dinheiro para pagar os profissionais”, disse Claudinei de Souza, do Sintraturb.

Em Campos no Norte do Estado do Rio, continua a paralisação da empresa de ônibus Rogil. Na última sexta-feira (24), os funcionários suspenderam as atividades devido a atrasos salariais. O pagamento não é efetuado há três meses e meio e ainda não foi feito o depósito do 13º salário. Uma reunião entre trabalhadores, o proprietário e o gerente da empresa foi realizada na manhã desta segunda-feira (27), na sede da Rogil, para definir o que será feito. Não foi estipulado o prazo para o pagamento. Com isso, os trabalhadores não retornarão com os ônibus às ruas.

Foto: Antônio Leudo

A Prefeitura de Campos informou, também na sexta, que o Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) fez uma notificação à empresa para o retorno completo das atividades. Apesar do aviso, os ônibus permaneceram fora da rota. Diante do impasse, a população campista conta com os transportes alternativos para se locomover.

No início da manhã desta segunda-feira (27), por volta das 7h, cerca de 50 pessoas se juntaram em frente à sede da Rogil. Três funcionários — dois motoristas e um fiscal — foram selecionados pelos demais trabalhadores e formaram uma comissão para a reunião com os representantes da empresa. Ainda não há previsão para o acerto dos salários de agosto, setembro e outubro, além do 13º. Eles informaram que, nesses meses, não receberam vales. Outra reclamação foi a proibição de entrar na garagem, nesta manhã, para utilização de banheiros e para beber água enquanto aguardavam o posicionamento do proprietário.
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Foto: Divulgação
Antes de optarem pela paralisação, motoristas e cobradores realizaram uma assembleia, no dia 8 de novembro, na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários, para decidir pela greve. Na ocasião, faltaram 16 assinaturas para legalização do movimento. Segundo os participantes da reunião, no dia seguinte, algumas pessoas estiveram no sindicato para assinar o livro da assembleia, que não foi encontrado no local. Eles afirmaram não terem recebido nenhuma resposta sobre o desaparecimento do livro.
Em nota, na última sexta, a Prefeitura informou que “o município vem apurando, detalhadamente, débitos com os consórcios de transporte coletivo, referente à gestão passada. É necessário esclarecer que não há nenhum débito referente ao exercício de 2017. Só este ano, enquanto esteve em vigor o programa de passagem social, foram repassados cerca de R$ 22,6 milhões aos consórcios”.

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