O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, integrante da força-tarefa da Operação Lava-Jato em Curitiba, afirmou nesta segunda-feira que a opinião do novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segóvia, é “desnecessária e sem relevância”. Em sua conta no Facebook, Carlos Fernando criticou uma declaração de Segóvia em que ele, em sua cerimônia de posse, questionou as denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer.
“Sua opinião pessoal é totalmente desnecessária e sem relevância, ainda mais quando dada em plena coletiva após a posse que lhe foi dada pelo próprio denunciado”, escreveu o procurador, ironizando o fato de Temer ter participado da cerimônia.
Carlos Fernando ainda disse que não cabe ao diretor-geral da PF falar sobre as investigações, já que ele “não é responsável por elas, mas apenas o chefe administrativo da instituição”, e que também não cabe à Polícia Federal comentar denúncias, por elas serem de responsabilidade do Ministério Público.
Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, Segóvia levantou suspeitas sobre a conclusão das investigações da delação da JBS por parte da PGR. O novo diretor disse que, se dependesse da PF, a apuração não teria terminado em prazo tão curto.
— Talvez uma única mala não desse toda a materialidade para apontar se houve ou não crime, e quais são os partícipes. Isso poderia ter sido respondido se a investigação tivesse mais tempo. E quem colocou esse deadline foi o Ministério Público Federal. E também seria esclarecido por que Joesley (Batista, dono da JBS) sabia quando iria acontecer (a divulgação da delação) para ganhar milhões no mercado de capitais — disse Segóvia.
N.B.O.
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