Ex-assessores em delação
Foto: Fabio Campana
Ex-marqueteiro do PMDB, Renato Pereira disse, em delação, que pagou mesada a pelo menos 11 pessoas, por ordem do ex-governador Sérgio Cabral. Segundo Renato, entre os anos de 2007 e 2008, o então secretário de governo de Cabral, Wilson Carlos, disse que havia a necessidade de abastecer o caixa paralelo do governo, apelidado por Wilson de “Movimento Social”. Segundo Renato, no início se definiu que a quantia seria entre R$ 1 milhão e R$ 1,2 milhão por ano, paga em espécie e entregue por ele a Carlos Miranda, que é apontado pelas investigações do Ministério Público Federal como operador financeiro do ex-governador.
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Entre outras pessoas que receberiam “mesadas” está uma mulher chamada Ana Paula, apontada por Renato como ex-secretária pessoal do ex-governador Anthony Garotinho (PR). Segundo o marqueteiro, Ana Paula recebeu R$ 20 mil mensais a partir de 2009, entregues em espécie por um de seus sócios. Também foi citado o jornalista Carlos Henrique Souza de Vasconcelos, conhecido como Peninha e que foi ligado a Garotinho. Segundo Renato Pereira, Peninha também recebeu cerca de R$ 40 mil por mês a partir de 2008.
Em nota, o ex-governador Anthony Garotinho esclarece que Carlos Henrique Vasconcelos e Ana Paula Costa não mantinham qualquer relação com ele no período em que os dois ex-assessores suspostamente receberam propina.
Ainda segundo a nota, em 2007, Ana Paula trabalhava com eventos para Jorge Picciani e para o governo Cabral, de quem Garotinho já tinha se tornado adversário político.
Nessa época, Carlos Henrique já prestava serviços ao governo Cabral e atualmente é presidente da empresa de Turismo de Angra, ligado ao prefeito do PMDB Fernando Jordão. Portanto, sem ligação alguma com Garotinho.
Esquema – Renato Pereira relatou que, entre 2009 e 2010, preocupado com a segurança, passou a se encontrar com Carlos Miranda de maneira mais esporádica – a cada três ou quatro meses – na esquina das ruas Alexandre Ferreira e General Garzon, no Jardim Botânico, para repassar valores, geralmente cerca de R$ 400 mil a cada encontro. O marqueteiro diz que esses encontros aconteceram cerca de 10 vezes.
Entre os nomes da lista entregue por Pereira à Procuradoria Geral da República está o subsecretário de Comunicação do Governo do Rio, Ricardo Cota, que teria recebido R$ 30 mil mensais, sempre em espécie. (S.M.) (A.N.)