Empresa de ônibus três meses sem salário
Por: PAULA VIGNERON
Motoristas e cobradores da Turisguá, uma das empresas que formam o Consórcio União, paralisaram novamente as atividades. Desde as 5h da manhã desta quinta-feira (9), os trabalhadores estão reunidos na garagem, com os ônibus estacionados. Com três meses de salários atrasados, além do 13º salário de 2017, o grupo informou que não tem previsão para retornar às atividades. A paralisação afeta principalmente os moradores da Baixada Campista, região que integra os itinerários da Turisguá.
Segundo os funcionários da Turisguá, cerca de 60% do salário de agosto mais os pagamentos de setembro e outubro não foram depositados. O último recebimento foi há aproximadamente duas semanas, quando foram pagos R$ 300 referentes a agosto. Outros problemas foram apontados pelos trabalhadores, como a falta do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Foto: Paralisação em julho passado / Paulo Pinheiro
A empresa Turisguá tem 108 funcionários, de acordo com o grupo. Com dificuldades devido ao atraso dos salários e sem data programada para o acerto, eles lamentaram o descaso. “Ninguém está aguentando mais. A gente está passando mal. Do jeito que está, não temos condições para trabalhar”, afirmou um dos trabalhadores, que não se identificou.
Os proprietários da empresa não estavam no local no momento da paralisação. A equipe de reportagem da Folha da Manhã tentou contato com o gerente da Turisguá, que não quis dar declarações.
Ato contra valor da passagem — Um “colaço” foi realizado em vários lugares centrais de Campos, na madrugada desta quinta-feira (9). Foram utilizados cartazes questionando o valor da nova passagem. Fotos de vereadores que teriam votado a favor da suspensão da passagem social foram colados em patrimônio público, muros e pontos de ônibus. A informação foi compartilhada em uma página de rede social. No espaço virtual, a população é alertada a não pagar o novo valor do transporte público.
Um grupo que se apresenta como “Unidade Popular pelo Socialismo — Campos dos Goytacazes”, no Facebook, busca chamar a atenção dos campistas para a questão do transporte público no município: “A população campista precisa saber quem está votando contra seus interesses para poder cobrar diretamente a esses vereadores. Já passou da hora de pensar a política para além das eleições! Política se faz todo dia: fiscalizando, organizando as pessoas e pressionando o Poder Público. Afinal de contas, a política que queremos é a feita de baixo para cima, e não a imposta de cima para baixo. R$ 2,75 EU NÃO PAGO! Pelo poder popular! #ResistaCampos”.
Em nota, o Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) informou que já está em contato com o sindicato dos Rodoviários, além dos consórcios que compreendem o transporte municipal para garantia do atendimento à população.
Fotos: Paulo Pinheiro, Antônio Leudo e Divulgação