Doria demite chefe de gabinete que dificultava acesso de jornalistas a informações
Chefe de gabinete da Secretaria Especial de Comunicação da Prefeitura de São Paulo, Lucas Tavares, foi demitido pelo prefeito João Doria (PSDB) após ser gravado durante uma reunião tentando dificultar o acesso de jornalistas a informações públicas solicitadas por meio da Lei de Acesso à Informação; “Falou o que não devia e agiu como não deveria”, justificou Doria; ainda na manhã desta quarta-feira, Doria havia dito que não “havia orientação” para barrar o acesso às informações
Tavares, considerado o segundo na hierarquia da secretaria, foi gravado em meio a uma reunião da Comissão Municipal de Acesso à Informação (CMAI) que, dentro do que for “formal e legal”, iria “botar pra dificultar” e que, se a resposta demorasse a ser enviada, o jornalista acabaria por “desistir da matéria”. Este tipo de prática, segundo especialistas, consiste em prevaricação e improbidade administrativa.
A preocupação da gestão Doria se deve às constantes críticas a pontos sensíveis da administração como os dados referentes a operação tapa-buracos, saúde e fiscalização.
“Como buraco é sempre matéria por motivos óbvios – a cidade parece um queijo suíço, de fato -, e a gente está com problema de orçamento, porque precisaria recapear tudo, então tem matéria nisso. Agora, dentro do que é formal e legal, o que eu puder dificultar a vida da Roberta (jornalista da Rede Globo de Televisão, Roberta Giacomoni), eu vou botar pra dificultar, sendo muito franco”, diz Tavares na gravação.
“A Controladoria Geral do Município já está elaborando um novo plano de transparência para que eventuais problemas ainda existentes em relação ao cumprimento da lei sejam sanados. Apesar de não haver dolo em suas ações, o funcionário pediu exoneração, o que atende a determinação da Secretaria de Comunicação. Vale ressaltar que a análise do conjunto de votos do funcionário e a íntegra do áudio mostram que ele adotava como critério a defesa da transparência e somente votou pela negativa aos pedidos de informação quando estes contrariavam a legislação ou já haviam sido atendidos em instâncias inferiores”, disse a gestão municipal em nota.
Fonte:brasil247