Combinação perigosa
Prestem a atenção nessa importante informação que pode salvar a sua vida e a de quem você ama! Eis um percentual assustador e perigoso no trânsito: 51,9% dos motoristas brasileiros admitem dirigir com celular em mãos, ainda que raramente. O número faz parte de um levantamento feito em todo o país pela Arteris, empresa concessionária de rodovias no Brasil, como a BR-101 em São Gonçalo, por exemplo. Conduzir um veículo com celular em mãos é infração gravíssima prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), pode render sete pontos na carteira e multa de R$ 293,47. Mas o maior dos efeitos colaterais negativos é o aumento significativo da probabilidade de acidentes.
De acordo com o levantamento, o percentual é ainda mais expressivo para os motoristas com idades entre 18 e 21 anos e residentes na região sudeste do país. Estudos técnicos apontam que alguns segundos de distração ao digitar um número de telefone ou mensagem, por exemplo, a uma velocidade de pouco mais de 100 km/h, pode levar um motorista a percorrer a distância equivalente a quatro campos de futebol totalmente às cegas. O que parece algo inofensivo, um deslize simples, pode custar uma vida. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os acidentes de trânsito estão entre as principais causas externas de morte no Brasil e no mundo. A cada hora, 140 pessoas perdem a vida no trânsito.
A pesquisa foi feita entre 15 e 27 de julho, com 2.686 motoristas das cinco regiões do país, que responderam a um conjunto de perguntas sobre o seu próprio comportamento no trânsito. O levantamento retrata a distribuição no território nacional de condutores e a margem de erro é de 1,9%. No estudo, foram abordados quatro eixos de análise: uso do cinto de segurança, direção após o consumo de bebida alcoólica, desrespeito aos limites de velocidade e uso do celular ao volante.
O único que apresentou melhoria em relação aos dados coletados no ano passado foi o índice sobre velocidade. Neste ano, 59,3% dos entrevistados declararam sempre respeitar os limites estabelecidos. No ano passado, o percentual foi de 51,3%. Para os demais eixos, não houve variação estatística significativa.
Evolução tecnológica
As centrais multimídia dos veículos evoluem constantemente em tecnologia de forma que o motorista possa interagir com o telefone por comandos de voz e sem tirar as mãos do volante. “Praticamente todos os aplicativos disponíveis hoje podem ser programados ou iniciados antes de dar partida no veículo. Infelizmente, a pesquisa indica que os motoristas brasileiros, mesmo cientes da legislação e do perigo, ignoram essa possibilidade e seguem adotando comportamentos de risco”, lamenta Elvis Granzotti, gerente de Operações da Arteris.
O especialista lembra, ainda, que o volume de veículos é maior nas saídas para feriados prolongados. Com isso, motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres devem redobrar a atenção e assumir atitudes mais prudentes para a preservação de suas próprias vidas e das demais pessoas que trafegam ao seu redor.