Funaro diz que omitiu informações em delação para poupar Cunha e Garotinho
Em depoimento no âmbito da Operação Sépsis, nesta terça-feira (31), o operador e doleiro Lúcio Funaro afirmou que omitiu informações na delação premiada que fez em 2005 para evitar a cassação do então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e preservar o projeto presidencial do ex-governador do Rio Anthony Garotinho.
Funaro admitiu que na delação anterior não relatou irregularidades relacionadas ao Prece, fundo de pensão dos funcionários da Companhia de Água e Esgoto do Rio (Cedae), empresa que Cunha tinha influência.
Sobre o acordo atual, homologado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Funaro disse que fez a delação de livre e espontânea vontade e que aceitou as “duríssimas” condições oferecidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para “ter paz”.
“Prefiro não ter nada e ter paz do que ter tudo e não ter paz”, disse o operador, citando a multa que aceitou pagar em seu acordo.
Ele também rebateu as acusações de que teria “roubado” informações que Cunha pretendia usar em seu acordo de delação. “Só quem sofre de apoteose mental pode acreditar nessa possibilidade”, disse Funaro, exaltado.
Em 14 de outubro, parte de delação de Funaro foi revelada. Nela o doleiro falou que o esquema de desvio de dinheiro da Prece, o fundo de pensão da Cedae, operado por Eduardo Cunha (PMDB), foi planejado durante a campanha de Rosinha Garotinho (PR) para o governo do estado. Ele afirma que parte desse fundo ia para Anthony Garotinho (PR), que na época tinha um projeto de candidatura à presidência como mostrou o blog do Arnaldo Neto.
(Com informações do Valor Econômico)
O ex-governador Anthony Garotinho enviou nota ao blog com seu posicionamento:
“Funaro está mentindo e o desafio a mostrar qualquer prova contra mim, seja ela conta no exterior ou no Brasil, patrimônio adquirido de forma ilícita ou manuscritos pessoais do doleiro.
Os dois, Eduardo Cunha e Funaro, respondem a processo na CVM. Não há nenhuma citação a mim ou a Rosinha”.
Folha 1