‘Vou desmentir tudo’, diz Eduardo Cunha sobre envolvimento em esquema na Caixa
Interrogatório do ex-presidente da Câmara à Justiça Federal em Brasília está marcado para 6 de novembro. Com isso, o retorno dele para Curitiba, onde está preso, foi adiado.
Por Fernanda Calgaro, G1, Brasília
O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse nesta sexta-feira (27) que, no depoimento que prestará à Justiça Federal sobre a acusação de ter recebido propina em esquema da Caixa, irá “desmentir tudo” e “mostrar as mentiras que estão sendo faladas”.
O interrogatório de Cunha está marcado para o próximo dia 6 de novembro, a partir das 9h.
“Eu vou desmentir tudo. É uma repetição do que já está na delação e no meu interrogatório. Eu vou fazer a minha defesa e mostrar as mentiras que estão sendo faladas”, disse Cunha ao final de uma audiência em Brasília para o interrogatório dos réus no processo.
Previsto inicialmente para esta sexta, o interrogatório de Cunha foi remarcado para o próximo dia 6 de novembro, a partir das 9h. O motivo é que o depoimento de outros réus ainda não foi concluído.
Com isso, também foi adiado o retorno do ex-deputado a Curitiba, onde ele está preso por ordem do juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal. Ele foi condenado por Moro a 15 anos e 4 meses de prisão.
Em Brasília, Cunha está na carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE), órgão da Polícia Civil do Distrito Federal. A previsão inicial era de que ele já voltaria para Curitiba neste sábado.
Cunha foi levado a Brasília para acompanhar os depoimentos dos demais réus e para ele próprio depor.
Na quinta-feira (26), por meio de videoconferência, falaram Fabio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa, e Alexandre Margotto, que trabalhava no escritório do operador Lúcio Funaro.
Em seguida, foi a vez de Funaro ser interrogado. Ainda falta a defesa de Cunha fazer as perguntas ao operador – uma nova audiência foi marcada para terça-feira (31).
Depois, além de Cunha, também será ouvido o ex-ministro Henrique Eduardo Alves, também réu na ação.
Na saída da audiência, Cunha explicou que não daria entrevista à imprensa a pedido do juiz do caso, Vallisney de Souza Oliveira.
“Estou sob a dependência dele, não posso desrespeitar a custódia, que seria uma coisa desagradável. Falo depois do interrogatório”, afirmou. E brincou com os jornalistas: “Estou com muitas saudades de vocês”.