Conselho de Ministros da Espanha destitui governo da Catalunha e convoca eleições

Marian Rajoy fala a jornalistas logo após o Conselho de ministros (Foto: Javier Sorano/AFP)

Marian Rajoy fala a jornalistas logo após o Conselho de ministros (Foto: Javier Sorano/AFP)

O Conselho de Ministros convocado pelo chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy, decidiu nesta sexta-feira (27) destituir o governo da Catalunha, dissolver o Parlamento local e convocar eleições regionais, conforme autorizado mais cedo pelo Senado espanhol, que deu luz verde para a aplicação do artigo 155 da Constituição.

Rajoy anunciou a destituição de Carles Puigdemont, presidente da Catalunha, e outras autoridades regionais. O chefe do governo espanhol também anunciou que o Parlamento catalão foi dissolvido e convocou eleições regionais para o dia 21 de dezembro “para restaurar a democracia”.

Manifestantes contrários à independência catalã protestam em Barcelona (Foto: Albert Gea/Reuters)

Manifestantes contrários à independência catalã protestam em Barcelona (Foto: Albert Gea/Reuters)

“Não se trata de suspender nem de intervir no autogoverno [da Catalunha], se trata de devolvê-lo à normalidade o antes possível”, disse Rajoy. “Acreditamos que é urgente ouvir todos os cidadãos catalães, para que possam decidir o seu futuro e ninguém pode agir fora da lei em seu nome”.

Veja as principais medidas aprovadas pelo Conselho de Ministros:

  • destituição de Carles Puigdemont, seu vice e de todos os conselheiros da Região Autônoma
  • dissolução do Parlamento da Catalunha
  • convocação de eleições regionais em 21/12
  • destituição do diretor-geral da polícia catalã
  • extinção das representações oficiais da Catalunha no exterior, com exceção de Bruxelas; o delegado catalão na capital belga, por sua vez, foi destituído
  • extinção do Diplocat (Conselho de Democracia Pública da Catalunha), consórcio público-privado que promove a agenda da região autônoma no exterior
  • destituição do delegado do governo catalão em Madri

O Conselho de Ministros também aprovou a apresentação de um recurso ante a Justiça espanhola contra a resolução aprovada no Parlamento catalão.

O presidente catalão Carles Puigdemont e deputados aplaudem aprovação de declaração da independência no Parlamento catalão em meio a assentos vazios dos deputados dos partidos PSC, Ciudadanos e PP  (Foto: Reuters/Albert Gea)

O presidente catalão Carles Puigdemont e deputados aplaudem aprovação de declaração da independência no Parlamento catalão em meio a assentos vazios dos deputados dos partidos PSC, Ciudadanos e PP (Foto: Reuters/Albert Gea)

A intervenção na Catalunha foi pedida no dia 21 por Rajoy, após Puigdemont fazer uma declaração pouco clara de independência da região no dia 10 e, na sequência, suspender seus efeitos para negociar com Madri.

A atual crise política foi desencadeada após a realização de um referendo considerado ilegal pelo governo e pela Suprema Corte espanhóis. Na consulta popular de 1º de outubro, 90% dos votantes foram a favor da independência (2 milhões de pessoas, ou 43% do eleitorado catalão).

Pessoas comemoram a declaração unilateral de independência da Catalunha do lado de fora do Parlamento da Catalunha em Barcelona, ​​na Espanha (Foto: Emilio Morenatti/AP)

Pessoas comemoram a declaração unilateral de independência da Catalunha do lado de fora do Parlamento da Catalunha em Barcelona, ​​na Espanha (Foto: Emilio Morenatti/AP)

A medida determina o afastamento do presidente regional e todo o seu governo; limita as funções do Parlamento catalão; obriga a convocação de novas eleições regionais em até seis meses; e intervém na polícia no local (veja detalhes do artigo 155).

A resolução aprovada pelo Parlamento catalão, de maioria independentista, prevê “constituir uma República Catalã como um Estado independente, soberano, democrático e social” e foi muito comemorada por apoiadores reunidos nas ruas de Barcelona e em outras cidades da região.

G1

 

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