Com lances altos, Petrobras leva 3 blocos do pré-sal e oferece até 80% da produção à União
Com lances altos, Petrobras leva 3 blocos do pré-sal e oferece até 80% da produção à União.
Leilão de 8 áreas de exploração do pré-sal registrou ofertas elevadas, especialmente da Petrobras. A estatal levou as três áreas que declarou interesse e aceitou ceder até 80% da produção para a União. Esse percentual é muito acima dos valores mínimos propostos no edital e do valor oferecido no leilão de Libra, em 2013.
Dos 8 blocos ofertados, 6 tiveram proposta. Além da produção futura, as empresas terão de pagar um bônus ao governo na assinatura do contrato. A União receberá R$ 6,15 bilhões das concessões vendidas.
No regime de partilha, que rege o pré-sal, vence a disputa quem oferecer a maior fatia de petróleo ou gás excedente da produção futura para a União. Esse excedente é o volume de petróleo ou gás que resta após a descontar os custos da exploração e investimentos.
Venceu a concessão a empresa que ofereceu o maior volume de óleo excedente à União. Os valores mínimos previstos no edital variam de 10,34% a 22,87%. As empresas ofereceram até 80% da produção.
As ofertas mais ousadas foram feitas pelos consórcios que tinham a Petrobras como líder e que ela tinha manifestado direito de preferência:
- 80% de óleo excedente pelo bloco de Sapinhoá, que tinha lance mínimo de 10,34%;
- 76,96% de óleo excedente pelo bloco de Peroba, que tinha lance mínimo de 13,89%;
- 75,86% de óleo excedente para Alto de Cabo Frio Central; lance mínimo era de 21,38%
No leilão de Libra, em 2013, única área do pré-sal leiloada até então, o consórcio da Petrobras foi o único a fazer proposta, pelo lance mínimo de 41,65% de óleo excedente.
Quem venceu
As empresas estrangeiras ficaram com 3 das 8 áreas do pré-sal vendidas no leilão desta sexta-feira (27). Já o consórcio liderado pela Petrobras, que antes era operadora exclusiva do pré-sal, ficou com 3 áreas. Duas áreas não receberam proposta.
1º leilão sem monopólio da Petrobras
Essa foi a primeira vez que as petroleiras puderam participar sozinhas de um leilão para a exploração do pré-sal. Antes elas só podiam participar junto com a Petrobras e não podiam ser operadoras da área.
O leilão ocorre após a mudanças nas regras do regime de partilha de produção, que rege as áreas dentro do polígono do pré-sal. Antes a Petrobras era obrigada a ser a controladora de todas as áreas do pré-sal, com participação mínima de 30% nos consórcios formados para a exploração.
A regra foi alterada pelo Congresso, a pedido da própria estatal que, endividada, considerou não ter condições de investir na exploração de todas as áreas. Na prática, a mudança abriu a possibilidade de empresas estrangeiras operarem o pré-sal sozinhas.
Disputa judicial
Uma disputa judicial de última hora marcou o leilão desta sexta-feira. Na madrugada desta sexta-feira, a Justiça Federal do Amazonas conseguiu uma liminar que suspendeu o leilão por mais de duas horas.
A cerimônia só começou depois que a Advocacia-Geral da União (AGU), órgão responsável pela defesa do governo federal na Justiça, conseguiu reverter a decisão no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, no fim da manhã de sexta-feira.
Lista de vencedores por bloco:
Veja o resultado da 2ª Rodada de Partilha de Produção
Norte de Carcará, Bacia de Santos
Vencedoras: Consórcio formado por Statoil (40%), Petrogal (20%) e ExxonMobil (40%)
% de óleo oferecido: 67,12%
Ágio sobre o % mínimo: 203,99%
Sul de Gato do Mato, Bacia de Santos
Vencedoras: Consórcio formado por Shell (80%) e Total (20%)
% de óleo oferecido: 11,53%
Ágio sobre o % mínimo: não teve
Entorno de Sapinhoá, Bacia de Santos
Vencedoras: Consórcio formado por Petrobras (45%), Repsol (25%) e Shell (30%)
% de óleo oferecido: 80%
Ágio sobre o % mínimo: 673,69%
Sudoeste de Tartaruga Verde, Bacia de Campos
Não recebeu nenhuma oferta
Veja o resultado da 3ª Rodada de Partilha de Produção
Pau Brasil, Bacia de Santos
Não recebeu nenhuma oferta
Peroba, Bacia de Santos
Vencedoras: Consórcio formado por Petrobras (40%), CNODC (20%) e BP Energy (40%)
% de óleo oferecido: 76,96%
Ágio sobre o % mínimo: 454,07%
Alto de Cabo Frio Oeste, Bacia de Santos
Vencedoras: Consórcio formado por Shell (55%), CNOOC (20%) e QPI (25%)
% de óleo oferecido: 22,87%
Ágio sobre o % mínimo: não teve
Alto de Cabo Frio Central, Bacia de Santos
Vencedoras: Consórcio formado por Petrobras (50%) e BP Energia (50%)
% de óleo oferecido: 75,86%
Ágio sobre o % mínimo: 254,82%
* Colaboraram Darlan Alvarenga, Marina Gazzoni e Marta Cavallini
G1