E mais uma vez o Morar Feliz de Ururaí é invadido e o governo deve intervir
Mais 50 casas do programa Morar Feliz, abandonadas antes do término, em Ururaí, foram invadidas por famílias de baixa renda de vários locais, nessa segunda-feira (12). As casas de Ururaí foram construídas especificamente para os moradores da Margem da Linha, o que gerou reclamação entre os moradores que já estão no local. Eles dizem que estão inscritos, mas, com a paralisação das construções e o rompimento do contrato com a Odebrecht, responsável pela obra, não existe perspectiva para a conclusão. O programa é investigado em esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo obras públicas na Operação Lava Jato. A Prefeitura de Campos também abriu auditoria para apurar os fatos.
Sem telhas, portas e janelas. Assim está a casa onde o pedreiro desempregado Renato Ribeiro da Silva, 50 anos, está morando e vigiando desde esse domingo. Ele informou que há boatos de que a Prefeitura não vai mais terminar as casas e quem quisesse e pudesse poderia concluir as casas e morar nelas. Segundo ele mesmo disse: “Eu não tenho condições de terminar, mas não vou abrir mão de um direito. Sou cadastrado e até hoje não deram uma casa. Estou aqui desde domingo, mas vou garantir um teto para a minha filha e meus netos”, disse.
O local que teria sido criado para atender aos moradores da Linha, está sendo invadido por pessoas de outros bairros e localidades como, Tapera, Lagoa de Cima, Parque Aurora, e até de Guarus. O desabafo é de uma moradora que está se intalando no local e que não quiz se identificar com medo de sofrer represália !
Após tomar posse, o prefeito Rafael Diniz (PPS) informou que auditaria as obras do Morar Feliz. O trabalho foi finalizado e o resultado foi encaminhado à Câmara Municipal, ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e também ao Ministério Público.
Segundo auditoria da secretaria da Transparência e Controle, as obras do Morar Feliz II foram interrompidas em janeiro de 2016. Até essa data, somente 1.422 das 4.574 unidades habitacionais anunciadas anteriormente entraram em execução, em apenas cinco locais: Ururaí, Donana, Tócos, Saturnino Braga e Dores de Macabu.
Em nota, a Prefeitura informou que a secretaria de Desenvolvimento Humano e Social tem mantido diálogo com os moradores da Margem da Linha para orientar sobre a situação das casas populares de Ururaí. “O órgão tem avançado na busca por alternativas para a ocupação das casas que estão em condição de habitação para os legítimos beneficiários, além também da busca de alternativas com relação às obras não concluídas. A Prefeitura vem, em virtude da atual situação financeira, buscando alternativas para a conclusão das construções”.
Alguma atitude deverá ser tomada por parte do executivo, pois se não o fizer, o local corre o risco de se tornar mais uma favela em Campos!
Fonte: Folha1